sexta-feira, 13 de agosto de 2010

De uma sexta à tarde

De minha imensa janela, vi o céu se esconder arroxeado atrás de algumas mesmas pedras cariocas. Antes do sol sair de seu palco, pintou algumas calmarias em minha vermelha parede e em meus olhos.
Curioso como três minutos esquecidos fazem mudar um sentimento ou uma dor de cabeça.
Me atiro aos livros recostados à minha mesa, dessa vez com um sorriso pacífico: Eles encontrarão tempo dentro de mim.

domingo, 8 de agosto de 2010

Sobre a vontade.

Ouço o mesmo som apressado de buzinas de qualquer outra manhã.
Sinto uma plena calmaria sorridente que os domingos carregam em seus cabelos...
O vulto na cama de repente desperta meu coração da folha; Com aquele maravilhoso sorriso, ainda mantém seus olhos fechados.
Tento, então, não fazer o menor ruído, em seu bem.
E qual é o menor som, se não o da caneta dançando pelo papel?
Me levanto do sofá e me completo com uma xícara de café; Ao dia que acaba de nascer.
À vontade que voltou a bater.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Sobre poeiras e barulhos.

Um último domingo ensolarado se põe atrás de uma das milhares de montanhas em uma terrível cidadezinha na serra.Como quis que esse último domingo chegasse...
E agora vejo uma enorme e ágil semana repleta de 'últimos' : Últimos detalhes insignificantes, e portanto, poéticos. Última vez que as três chaves penduradas por um enorme chaveiro de coruja serão jogadas dentro da minha bolsa. Última vez que direi tchau a algumas pessoas e algumas ruas. Últimos passos corretos e calmos em ruas tão pequenas e tão esquecidas. Últimos olhares, últimas reclamações sobre uma vida que parece nunca mudar... E dentro de mim sei que não mudará.
Então, só o que me resta é sorrir: Daqui a uma semana, quando o próximo domingo se pôr, já estarei me acostumando a dar novos passos por entre enormes ruas; Estarei me acostumando à vida que sempre sonhei em levar.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Sobre chá e sorrisos.

Depois de muito esquecer, guardar na segunda gaveta da minha escrivaninha, guardar entre meus livros empoeirados e até mesmo dentro de uma mudança que começa a ser colocada em caixotes de papelão, elas de repente voltaram.
Minhas palavras voltaram, pura e simplesmente por vontade própria, em um sábado à noite tão diferente de todos os últimos, mas único por ser o último. E não o primeiro, ou o prelúdio de uma rotina.
Talvez tenham voltado até mesmo por saudade do destino que eu costumava lhes dar.